quarta-feira, 25 de julho de 2012

A história da Anônima

Meninas, não sei se vcs leram os comentários no post "A história da Milena" , mas uma anônima contou sua interessante história, ela possui vaginismo secundário, nos mostrando mais uma vez, o quanto o emocional nos comanda e que não é suficiente apenas os exercícios físicos, mas o mental. Isso, é claro, serve pra mim também.
Anônima, achei por bem, reservar esse espaço e contar sua história. Coloco-me à sua disposição no que eu puder ajudar e saiba que, desde já, torço por vc, pela restauração do seu casamento, pela sua vida sexual plena. Não esqueça, caso tenha condições, de procurar ajuda de um especialista, tenho certeza que dessa vez o vaginismo não irá frustar sua história de amor.

Passei 12 anos em um relacionamento sem penetração em pelo menos 10 desses anos. Não entendia o que estava acontecendo. Éramos muito jovens. Sentia-me inferiorizada, estranha, anormal e levava isso como um grande segredo na minha vida. Era bem difícil falar sobre isso. Até as médicas não entendiam direito, mandavam fazer posições novas, total falta de preparo. Como poderia fazer posições novas se não aguentava qualquer tipo de penetração? No início meu namorado era bastante compreensivo. Depois de alguns anos começou a achar que eu tinha outra pessoa e depois falava que por eu sempre recusá-lo ele não iria me procurar mais para sexo. Passei muitos anos desconfiando que ele me traía, pois realmente sexo não existia entre nós. Procurava lembrar quando as coisas começaram a mudar, pois perdi a virgindade com ele e no início, era normal. Lembro de uma noite maravilhosa que tivemos, nada doía, parecia uma orquestra bem regida total sincronia e tranquilidade dos movimentos.
Acredito que algumas histórias mal contadas e fatos estranhos desencadearam esse comportamento em mim. Passei a não confiar nele e a rejeitá-lo mesmo que muitas vezes inconscientemente. A desconfiança de traições só piorou o quadro. As vezes ele nem participava do ato da minha excitação e mesmo assim eu sentia dores. Sentia dores até em ver uma cena mais picante num filme. Praticamente qualquer coisa que me excitasse, causava-me dor. Quando finalmente terminamos esse martírio de relacionamento, fiquei curiosa se sentiria isso com outras pessoas. Na verdade, já pensava nisso antes de terminarmos.
Quando comecei a sair com outros rapazes, tinha medo do problema ser realmente meu. No início, sentia dor e não tinha penetração, mas minha confiança e auto estima foram aumentando. Não foi uma coisa rápida, mas em 1 ano já conseguia ter umas tímidas relações, nada muito cinematográfico, mas o suficiente para achar que tinha solução. Já estava muito feliz com isso.
Quando conheci meu marido, senti um pouco de medo, como sempre. Acho que sempre teremos medo de na hora acontecer alguma coisa. Mas essa coisa não aconteceu. O sexo sempre foi maravilhoso. Não conhecia esse prazer. Apaixonei-me por ele instantaneamente. Fazíamos sexo várias vezes por dia, todos os dias. Eu desabrochei para a vida. Quanto mais ouvia que era maravilhosa, mais tinha vontade de fazer. Achava que tudo estava superado. Depois de um tempo de casada, descobri umas traições do meu marido. Isso acabou comigo. O vaginismo não voltou de uma hora para outra. Foi um processo. Primeiro não me achava tão boa assim, pois ele procurou outra mesmo com o melhor sexo que eu podia proporcionar pra ele. Não me achava atraente, nem bonita, comecei a descuidar no meu corpo e por último, voltei a ter as dores. Tenho medo que tudo se repita. Pois amava muito meu primeiro namorado e tudo acabou por culpa maior do vaginismo. Tenho medo que aconteça coisa igual com meu marido. Acredito no arrependimento dele, mas não consigo perdoá-lo. ele me pede perdão todos os dias e sei que para ele ver meu sofrimento é um martírio. Gostaria de passar por cima de tudo, mas sei que não sou a mesma pessoa com quem ele se casou. Ainda consigo ter alguma penetração, dependendo da posição e dos estímulos. O maior problema é no início da relação: só de saber que ele quer sexo, trava tudo e vem a dor.O que antes era tranquilo, natural e fequente hoje raro e trabalhoso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário