quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Uma pausa...

Olá meninas,

Como estamos indo no "combate" ao vaginismo??? Eu confesso que estou em baixa, sério. Tenho feito apenas exercícios de relaxamento corporal, deixando de lado os exercícios de introdução (introduzir alguma coisa...rs). Tudo isso porque tenho me dedicado mais aos estudos, e é por isso que vim hoje pedir uma pausa de um mês ou mais, sei lá.
É o seguinte: estou fazendo duas pós-graduações, ambas, com uma porrada de atividades para fazer; estudando muito para concurso, mês que vem tenho duas provas. Por essas e outras, não tenho tido tempo (ou não estou sabendo administrar) para avançar nos exercícios, consequentemente, não tenho assunto para atualizar o blog.
Então meninas, vou dar um tempinho por aqui, prometendo voltar em meados de setembro. Agradeço a todos os e-mails que recebo diariamente, podem continuar mandando-os, que continuarei respondendo-os ok?
Abraços e torço por todas...sempre.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A história da Anônima

Meninas, não sei se vcs leram os comentários no post "A história da Milena" , mas uma anônima contou sua interessante história, ela possui vaginismo secundário, nos mostrando mais uma vez, o quanto o emocional nos comanda e que não é suficiente apenas os exercícios físicos, mas o mental. Isso, é claro, serve pra mim também.
Anônima, achei por bem, reservar esse espaço e contar sua história. Coloco-me à sua disposição no que eu puder ajudar e saiba que, desde já, torço por vc, pela restauração do seu casamento, pela sua vida sexual plena. Não esqueça, caso tenha condições, de procurar ajuda de um especialista, tenho certeza que dessa vez o vaginismo não irá frustar sua história de amor.

Passei 12 anos em um relacionamento sem penetração em pelo menos 10 desses anos. Não entendia o que estava acontecendo. Éramos muito jovens. Sentia-me inferiorizada, estranha, anormal e levava isso como um grande segredo na minha vida. Era bem difícil falar sobre isso. Até as médicas não entendiam direito, mandavam fazer posições novas, total falta de preparo. Como poderia fazer posições novas se não aguentava qualquer tipo de penetração? No início meu namorado era bastante compreensivo. Depois de alguns anos começou a achar que eu tinha outra pessoa e depois falava que por eu sempre recusá-lo ele não iria me procurar mais para sexo. Passei muitos anos desconfiando que ele me traía, pois realmente sexo não existia entre nós. Procurava lembrar quando as coisas começaram a mudar, pois perdi a virgindade com ele e no início, era normal. Lembro de uma noite maravilhosa que tivemos, nada doía, parecia uma orquestra bem regida total sincronia e tranquilidade dos movimentos.
Acredito que algumas histórias mal contadas e fatos estranhos desencadearam esse comportamento em mim. Passei a não confiar nele e a rejeitá-lo mesmo que muitas vezes inconscientemente. A desconfiança de traições só piorou o quadro. As vezes ele nem participava do ato da minha excitação e mesmo assim eu sentia dores. Sentia dores até em ver uma cena mais picante num filme. Praticamente qualquer coisa que me excitasse, causava-me dor. Quando finalmente terminamos esse martírio de relacionamento, fiquei curiosa se sentiria isso com outras pessoas. Na verdade, já pensava nisso antes de terminarmos.
Quando comecei a sair com outros rapazes, tinha medo do problema ser realmente meu. No início, sentia dor e não tinha penetração, mas minha confiança e auto estima foram aumentando. Não foi uma coisa rápida, mas em 1 ano já conseguia ter umas tímidas relações, nada muito cinematográfico, mas o suficiente para achar que tinha solução. Já estava muito feliz com isso.
Quando conheci meu marido, senti um pouco de medo, como sempre. Acho que sempre teremos medo de na hora acontecer alguma coisa. Mas essa coisa não aconteceu. O sexo sempre foi maravilhoso. Não conhecia esse prazer. Apaixonei-me por ele instantaneamente. Fazíamos sexo várias vezes por dia, todos os dias. Eu desabrochei para a vida. Quanto mais ouvia que era maravilhosa, mais tinha vontade de fazer. Achava que tudo estava superado. Depois de um tempo de casada, descobri umas traições do meu marido. Isso acabou comigo. O vaginismo não voltou de uma hora para outra. Foi um processo. Primeiro não me achava tão boa assim, pois ele procurou outra mesmo com o melhor sexo que eu podia proporcionar pra ele. Não me achava atraente, nem bonita, comecei a descuidar no meu corpo e por último, voltei a ter as dores. Tenho medo que tudo se repita. Pois amava muito meu primeiro namorado e tudo acabou por culpa maior do vaginismo. Tenho medo que aconteça coisa igual com meu marido. Acredito no arrependimento dele, mas não consigo perdoá-lo. ele me pede perdão todos os dias e sei que para ele ver meu sofrimento é um martírio. Gostaria de passar por cima de tudo, mas sei que não sou a mesma pessoa com quem ele se casou. Ainda consigo ter alguma penetração, dependendo da posição e dos estímulos. O maior problema é no início da relação: só de saber que ele quer sexo, trava tudo e vem a dor.O que antes era tranquilo, natural e fequente hoje raro e trabalhoso.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Feliz Dia do Amigo!

Entre tantas coisas boas que a criação do blog me trouxe, acredito que a maior recompensa, sem dúvidas, são as amizades. Amizades feitas no sofrimento, na esperança por cura, na esperança por dias melhores. Agora, transcreverei um trecho do livro "O Pequeno Príncipe" que mais gosto e dedico à vocês minhas amigas:

- Por favor... Cativa-me! Disse a raposa.

- Bem quisera, disse o príncipezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. M
as como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? Perguntou o príncipezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas, cada dia, te sentará mais perto...

No dia seguinte o príncipezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta a agitada: descobrirei o preço da felicidade!


FELIZ DIA DO AMIGO!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Modo "Suspenso"

Olá meninas,

Como estão vocês? Firme nos exercícios!?!?! Espero que sim.
Antes que eu fale do modo "suspenso", quero compartilhar com vocês duas coisas: 1) Vocês leram no meu post anterior sobre a dor de amigo? Pois bem, ele foi na minha casa, conversamos bastante, choramos muito, ele me pediu perdão pela ausência na minha vida e disse que voltaria a ser como antes, pois me amava também. E para selarmos a nossa "volta" em grande estilo, vamos viajar em setembro para Caldas Novas-GO e compramos passagens para passarmos o carnaval de 2013 em Floripa ebaaa; 2) Na segunda tentativa, consegui passar na prova de carro hehehe. Bem, é isso. 
Agora falando sobre o "modo suspenso", digamos que eu estou em modo "Suspenso", tenho deixado as tarefas diárias me consumir e não tenho feito os exercícios. Percebi também algo, algo não tão bom, percebi que quando estou com alguém, tenho mais disciplina, anseio mais pela cura, me cobro mais. Hoje, sem ninguém, não me cobro, sinto-me sem pressa, só cuidando dos meus estudos e outros.
Conclusão: será que não estou buscando a cura por mim, mas pelo outro (quando tem o outro)? E sei que faço isso por achar que o sexo, de alguma forma, manterá a longevidade do relacionamento. Sei muito bem que essa motivação é ilegítima.
Refleti bastante essa semana sobre isso, se não posso voltar com os exercícios diários, estabelecerei três vezes por semana, buscarei por mim e por voçês. A cada história que conheço, a cada e-mail trocado com vocês, sinto-me responsável em ajudá-las de alguma forma. E a melhor forma de ajudá-las é com a evolução da minha própria luta.
A partir da semana que vem a luta vai ser em ir atrás de tratamento especializado em "conta" ou gratuito, mas isso é história para outro post.
Abraços guerreiras...

quarta-feira, 11 de julho de 2012

E mais essa: dor de amigo...

   Algumas de vocês devem estar ansiosas para saber como anda a minha evolução nos exercícios né? Afinal, nessas últimas semanas, postei histórias de outras mulheres, e deixei um pouco de lado a minha rs. 
   Pois bem, depois que retornei da viagem (àquela viagem...pra encontrar o "amor de praia") não fiz exercícios, e isso vai fazer um mês. Cheguei com tantas pendências pra resolver, tirar a habilitação (carro), estudar para concurso, meu contrato de trabalho vencendo, encerrando o semestre das minhas duas pós-graduações e para completar tenho tido constantemente insônia (nesse momento são 03h47 e estou completamente sem sono) ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.
   Tudo isso, embora caminhando para grandes conquistas, tem me deixado muito abatida. Como já falei em outra oportunidade, moro só aqui no TO (minha família mora em outro Estado) passar por tudo isso sozinha me faz sofrer muito, porém fico calada. Não consigo falar pra minha mãe ou amigos que estou sofrendo, eu sempre digo "tá tudo bem", não quero que eles se preocupem. Na verdade, eu quero que eles pensem que eu sou forte, haja o que houver, eu sou forte. É essa a impressão que sempre passei, mas por dentro não é assim. 
   Meninas, posso ser sincera com vocês? o motivo maior da minha tristeza não é nada disso acima descrito, é o distanciamento do meu melhor amigo, que firmou o namoro e agora não tem mais tempo pra mim. E antes que vcs pensem que sou apaixonada por ele, vou logo dizendo que ele é gay, somos amigos há quase 06 anos, já moramos juntos, nos damos muito bem, somos cúmplices um do outro, somos irmãos. 
   Eu sempre pensei que quando terminasse a minha faculdade, iria, naturalmente, me afastar de algumas pessoas, mas nunca pensei que isso pudesse acontecer comigo e ele. O trabalho toma tempo dele, a pós-graduação, a academia e o seu novo namorado (afff) rs. Antes, nos falávamos todos os dias por telefone e final de semana: almoçávamos juntos, shopping, cinema, agora ele prefere ficar em casa curtindo a paixão. Ele era a unica pessoa para quem eu contava os meus segredos, minhas vitórias, minhas derrotas... 
   No começo eu ligava cobrando a presença dele, reclamando por ele não ter tempo, até deixei de falar com o outro lá por puro ciúmes. Mas parei para pensar e vi que afeto, amor, amizade, presença, devem ser espontâneos...há um mês não nos falamos direito (isso era impensável pra mim) vou parar por aqui, isso realmente me faz chorar, de verdade. Eu sei que o objetivo do blog é outro, mas eu tinha que falar isso pra alguém. Eu posso até viver sem amor, mas sem amigos, não.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

NÃO POSSO PENETRAR. MINHA MULHER TEM VAGINISMO. TEM CURA?

Bom dia meninas,

Como essa semana ninguém me mandou sua história para postar :( , reproduzirei aqui uma carta enviada ao Rev. Caio Fabio, onde um marido pede ajuda, conselhos, pois sua esposa tem vaginismo. Ainda, reproduzirei a bela resposta do Rev., é um texto longo, mas vale a pena.

Caro Rev. Caio Fábio: Graça e Paz!!!

Gostaria que o senhor me ajudasse com relação a algo que há seis anos atormenta meu casamento: Minha esposa tem vaginismo e, consequentemente, depressão.

Sinceramente, não sabemos mais o que fazer. Já tentamos de tudo: Psiquiatra, ginecologista e psicólogo, mas nenhum deles resolve. São seis longos anos sem penetração. Nossa relação sexual começa de forma intensa, com muita troca de carinho, e quando estamos nas "nuvens", e naturalmente vai começar a penetração... pronto... parece que cai um balde de água fria.

Minha esposa reclama que sente muita dor e involuntariamente há um fechamento da vagina. Converso muito com a minha esposa e estamos tentando resolver.

Querido Caio, ouço falar que vaginismo tem cura, mas por mais que tentemos (refiro-me a minha esposa e eu), não estamos conseguindo romper esta barreira. Também já ouvi falar que existem casais que não tem penetração e estão juntos há mais de vinte anos...

Não deixo minha auto-estima cair, mas a da minha esposa já acabou faz tempo. Tanto que ela sente em depressão.

Sinceramente, já tentamos conversas, lubrificantes, gel inibidor de dor e até filme pornô pra ver se tem alguma posição ou alguma outra coisa que possamos fazer para acabar com o vaginismo; mas foi pior, pois, no filme, minha esposa via as mulheres conseguindo a nossa tão sonhada penetração e se sentiu inferiorizada, anormal, de outro mundo e tantos outros efeitos.


Minha esposa tem um medo terrível de penetração. Tentei procurar as causas disto e primeiro ela me falou que ficou traumatizada porque achava meu pênis muito grande; depois disse que o padastro dela ficava com olhares estranhos para ela (ainda era uma adolescente), o que a fazia sentir nojo dele; e realmente aquele cara era meio maluco. Ele não queria que eu namorasse minha esposa, brigava em casa por causa disto e quando eu casei e tirei a minha esposa de casa, ele foi embora e deixou minha sogra morando sozinha. Nunca mais deu as caras.

E outra: minha esposa me confidenciou que o seu falecido avô, quando ela ainda era uma criança, fez carícias sexuais nela.

Caio, desculpa tomar seu tempo, mas já não sei mais o que fazer. São seis anos neste martírio. Toda vez começamos bem, e ela termina chorando porque não consegue me dar o que ela diz que eu tenho direito; se compara com outras mulheres, se diz anormal e quer morrer.


Não penso em me separar, mas em resolver... Já pensei em conviver com este problema e deixar rolar... Eu tenho 27 anos e minha esposa 25.


Desculpe o desabafo!!!!

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Resposta:

Meu amado irmão: Graça e Paz!

Pensando psicologicamente é impossível não ver que sua esposa foi abusada; pois, somente um abuso explica o que você disse.

Além disso, é estranha a relação que o padastro tinha com ela. Você deve buscar saber se o padastro ficou apenas nos olhares, ou se a abusou; pois, é possível que tenha acontecido e ela não tenha a coragem de falar; falando apenas do avô por terem sido “carícias infantis”, o que, para ela, pode ser interpretado como mais brando, e, portanto, mais fácil de confessar.

É obvio que o problema não é o tamanho de seu pênis, mas sim como ela vê o pênis e a penetração. Daí eu achar que você deve insistir para ela contar tudo, sem medos e sem reservas.

Do ponto de vista técnico, tem-se que dizer que Vaginismo é a contração involuntária dos músculos próximos à vagina que impedem a penetração pelo pênis, dedo, ou espéculo ginecológico ou mesmo um tampão.

A mulher não consegue controlar o movimento de contração, apesar de até querer o ato sexual.

Há intenso sofrimento!

Também podem aparecer sinais de pânico, como náuseas, suor excessivo e falta de ar quando a pessoa tenta enfrentar este medo, aproximando-se de seu parceiro. Mesmo desejando um contato sexual, há falta completa de controle de suas reações físicas de rejeição.

É uma disfunção não muito freqüente e geralmente acomete mulheres com um nível intelectual alto, de boa situação econômica, com jeito de ser do tipo controlador e com dificuldades de intimidade.

Mas, e por quê?

Vários fatores podem determinar o Vaginismo. Sempre devemos observar se há alguma causa orgânica para dor durante o ato sexual, como os desequilíbrios hormonais, nódulos dolorosos ou infecções nos genitais.

O uso de algumas medicações que tenham como efeito colateral a diminuição de lubrificação vaginal também devem ser pesquisados.
As causas psicológicas mais profundas são:

Situações traumáticas de abuso sexual ou estupro.
Mensagens anti-sexuais durante a infância (como escutar dos pais que sexo é sujo).
Culpas.
Comportamento sedutor ou controlador por parte dos pais.
Dificuldade em unir amor com sexo na mesma pessoa.
Raivas entre o casal.
Competição temida com o pai ou mãe, entre outros.

E tem solução?

Vaginismo é uma disfunção relativamente fácil de se tratar quando se tem como objetivo apenas capacitar a paciente para a penetração. No entanto, até a mulher procurar ajuda, muitos anos de sofrimento podem se passar. Geralmente é o ginecologista que descobre que sua paciente tem dificuldades em realizar o exame. Nesse caso, o próprio ginecologista encaminha ao Terapeuta Sexual para avaliar a necessidade de uso de alguma medicação e preparar emocionalmente a paciente para enfrentar o tratamento de dessensibilização, técnica mais indicada para essa disfunção sexual.

Técnica de dessensibilização

A dessensibilização é realizada pelo ginecologista (mas pode, com orientação, ser realizada pelo marido) e consiste em expor a mulher ‘gradativamente’ à situação de penetração vaginal com o uso do dedo ou de cones específicos para o tratamento. Inicia-se com a orientação de como são os órgãos genitais femininos, mostrando à mulher com um espelho sua própria anatomia. Em seguida, tenta-se introduzir um dedo na vagina. Gel lubrificante é utilizado. Com o desenvolvimento da técnica, a mulher vai reduzindo sua hiper-sensibilidade vaginal, permitindo a introdução de cones e após, do pênis de seu parceiro sexual. As tarefas com o parceiro são realizadas na intimidade do casal. Quando isso acontece no ambiente médico, o ginecologista atua como facilitador, tentando diminuir as fantasias da mulher de se sentir rasgada, perfurada ou dilacerada.

Psicoterapia de orientação analítica

Indicada para os casos onde há conflitos emocionais moderados a graves, como, por exemplo, abuso sexual na infância.

Consiste em sessões psicoterápicas onde a paciente é convidada a falar tudo que lhe vem à mente. O Terapeuta Sexual, através da interpretação, confrontação e clareamento, vai ajudar a paciente a compreender a ligação entre seus problemas mais profundos e o sintoma sexual do vaginismo. Com o alívio dos temores e fantasias de dor e de invasão pessoal, a paciente pode ser reencaminhada para seu ginecologista para a dessensibilização. Como já disse antes, creio que com orientação, o próprio marido pode fazer a tarefa de dessensibilização.

Ora, tendo esses dados técnicos em mente, vamos falar o que você deve fazer a fim de ajudar, já que você é, provavelmente, a parte mais lúcida na busca de uma cura. Isto porque, às vezes, a mulher se cansa da tarefa, que, para ela, está sempre associada a dor e a algo traumático.

Não vá a um médico qualquer. Procure o melhor no assunto em sua cidade. E saiba: demandará tempo, dinheiro, e muita disposição da parte de vocês dois. Mas tem cura, e ela deve ser buscada.

No entanto, é obvio que com o histórico de “abuso” ou de tentativas de abuso na infância ou adolescência, sua mulher desenvolveu uma rejeição inconsciente pela idéia da penetração.

Vaginismo em geral ocorre em pessoas de educação formal mais elevada, não sendo muito freqüente entre pessoas de origem mais básica, do ponto de vista do acesso a educação. Além disso, mulheres que têm vaginismo tendem a ser pessoas que deram forte importância à virgindade, seja porque foram abusadas ou quase (como é o caso de sua esposa), ou porque tiveram na família uma forte dose de paranóia relativa ao estado de virgindade.

O que vocês têm que fazer, a partir de hoje, a fim de ajudarem a qualquer que seja o tratamento?

1o Converse com ela acerca do fato que muito provavelmente o vaginismo dela seja de natureza apenas psicossomática. Ou seja: ela contrai, involuntariamente, os músculos da região interna da vagina, em razão dos medos e fobias que nela se fizeram associar à idéia da penetração. Ou seja: ela tem que ter consciência de que é algo de natureza psicológica, e que não se trata de uma impossibilidade dela, mas apenas de uma limitação que pode ser vencida. Essa conversa, acompanhada de entendimento e resolução pró-ativa da parte dela, é fundamental para o início da cura.

2o Municie-se de um bom gel e inicie o processo de dessensibilização de modo agradável e suave. Ou seja: você ‘não’ ficará no espírito da “dessensibilização”, como se você fosse um “técnico”. Por isso você será carinhoso em cada toque, e iniciará massageando-a longamente na região externa da vagina. Depois nos “grandes lábios”. Em seguida, sempre fazendo o possível para que tudo seja agradável e prazeroso, você deve iniciar a leve introdução de seu dedo na região interna superficial da vagina. E deverá ficar aí por alguns dias, até que ela ganhe confiança e tenha algum prazer.

3o Faça massagens em geral nas áreas mais eroticamente sensíveis para ela. De fato, massageie tudo. Sempre com delicadeza e como se você a estivesse preparando para um dia ser desvirginada. A cada dia volte sua massagem na vagina, sempre com os mesmos carinhos e cuidados. Lembre-se: ela precisa desassociar sexo de trauma, abuso e dor. Portanto, requer calma e muito controle seu, pois, no ato de “dessensibilizá-la”, você ficará muito excitado, e tenderá a querer dar um “tranco”, um “rasgão”, uma “penetrada impiedosa”. Não faça isso, pois, se o fizer, você poderá perder a confiança dela. E ela precisa confiar que, com você, sexo e dor não têm nada a ver. Você não é o pai-dastro safadinho.

4o Depois de uns dias fazendo conforme lhe disse, tendo-a completamente nua na cama, e bem estendida, comece a passar a sua mão, quase como se a mão não fosse tocar nela, mas mantendo-a apenas roçando nos pelos do corpo, bem suavemente... Passe a mão de ponta a ponta no corpo dela. Depois, bem suavemente, deite-se sobre ela, e apenas abrace-a. Faça isso pela frente e por trás. Depois, com os olhos nos olhos dela, massageia bastante a vagina, por fora e nas imediações da penetração. Mas não penetre. Apenas tente leva-la ao prazer. Quanto mais prazer ela tiver, mais fácil será a penetração que ainda se aguarda.

5o Depois desse ponto, peça a ela para massagear você. Mais ou menos do mesmo modo como você faz nela. Sendo que em relação ao seu pênis ela deve ser provocadora e instigante. Digo isso porque muitas mulheres que sofrem de vaginismo também têm dificuldade para tirar prazer do encontro sexual. E como sua mulher tem esse histórico de abuso psicológico, é fundamental que ela se veja como agente pró-ativo no sexo. Ou seja: o próximo passo é fazer ela gostar de brincar com você, de excitar você, e de dar prazer a você. Eu creio que é no ato de proporcionar prazer que tais inibições vão dando lugar ao prazer pessoal, e vão também desinibindo a pessoa para o sexo, a começar pelas brincadeiras.

6o Depois desse tempo, inicie lentamente, com as mãos bem untadas de gel, a enfiar seu dedo suavemente nela, não sem antes excitá-la ao máximo na região do clitóris, e não além da profundidade de sempre. Mas deve haver movimento de entrada e saída de seu dedo, a fim de caracterizar o movimento sexual comum. Depois vá, suavemente, aprofundando a penetração de seu dedo, preferencialmente o maior, e que deve ser introduzido com você tendo a liberdade de manter a palma de sua mão meio que virada na direção correspondente ao umbigo dela. Digo isto porque assim facilitará você a manter o atrito de seu dedo de modo mais controlado e indolor.

7o Então, chegará o dia em que você, depois de cumprir no mesmo dia todos os ritos, pedirá a ela para brincar com você, com seu pênis. Depois você solicitará a ela para se assentar sobre você, sem penetração, mas pedindo a ela que brinque, ela mesma, com seu pênis, a fim de “usa-lo”... ela própria. Sim, ela terá que aprender a “usa-lo” para si mesma. Ou seja: ela tem que tirar o “elemento ferino” que está associado ao pênis, e, para que isto aconteça, ela tem que ter a coragem de brincar com ele na região vaginal dela; e ela própria precisará iniciar a penetração apenas na região interna superficial da vagina... nada mais profundo.

8o Você terá que ser sensível para saber quando ela já estará psicologicamente madura para a primeira penetração. Quando chegar a hora, você não a penetrará com seu pênis, mas com seu dedo, cada vez mais profundamente, até conseguir uma profundidade que caracterize a penetração de um “pequeno pênis”; no caso: o seu dedo. Então, já com a penetração máxima de seu dedo realizada, fique aí alguns dias... sempre indo apenas até esse “ponto”, sempre fazendo a mesma coisa, sem esquecer os ritos anteriores. Ou seja: trata-se de um processo de dessensibilização do trauma, e de sensibilização do prazer associado à penetração. No entanto, tudo isto tem a ver com um processo de desenvolver um novo condicionamento nela. Daí a manutenção dos ritos ser imprescindível, pois, por ele, você a estará “programando sexualmente” para a penetração prazerosa.

9o Depois que você já estiver introduzindo o seu dedo por um tempo (digo: uns dias), peça a ela para agora fechar os olhos (antes tudo deve ser visto por ela... ou seja: tem que ser de olhos bem abertos... encarando... vendo). Mas não introduza ainda o seu pênis nela. Apenas continue a introduzir seu dedo. Agora, todavia, sempre tendo-a com os olhos fechados, e sempre buscando levá-la ao prazer com os olhos fechados. Faça assim mais alguns dias, até ela ganhar confiança.

10o Quando ela já estiver tendo orgasmos de olhos fechados... deixe passar mais uns dias... e, então, logo depois que você vir que ela entrou num ambiente interior de orgasmos, retire o seu dedo e introduza o seu pênis. E, ao faze-lo, no inicio, não faça movimentos de entrada e saída, mas apenas fique lá... parado... e deixe que ela se aclimate com a nova situação. Se ela chorar, beije-a, mas fique em cima. Se ela continuar chorando, peça a ela que relaxe, pois, vocês estão nas proximidades da cura. Peça a ela para não se assustar. E continue... suavemente... e, bem lentamente, comece a mexer... até que você sinta que ela está começando a participar... Sim, peça a ela para participar. Ora, logo vocês estarão, nesse caso, livres desse impedimento tão desagradável.

Tudo o que aqui disse, o disse fundado no pressuposto que os médicos não denunciaram nenhum tipo de anomalia física em sua mulher. Se assim é, então, saiba: você mesmo pode ser o médico e o terapeuta sexual de sua esposa. E mais: vocês terão muito prazer juntos na busca dessa cura se você fizer conforme eu mandei, e se ela aceitar o “tratamento”.

Por ultimo, devo dizer que também disse o que disse assumindo que ela ama você, gosta de você e quer você. Digo isto porque certas mulheres desenvolvem uma espécie de “vaginismo seletivo”. Ou seja: são fechadas apenas para o marido, mas, com outro homem, são abertas. E isto acontece quando a mulher não gosta do marido. Nesse caso, não creio que haja muito a ser feito.

No mais, estou por aqui. Qualquer coisa me escreva.

Um beijão carinhoso!

Nele, em Quem tudo é limpo para os limpos e puros de coração,
 
Caio

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A história da Milena*

Bom dia meninas, 

Hoje postarei a história da Milena*, dentre muitas coisas comuns, percebo em quase todas as histórias a falta de "preparação" dos ginecologistas na nossa primeira consulta. Mesmo não conseguindo realizar os exames em nós, eles nos diagnosticam que apenas temos medo, nervosismo, que precisamos relaxar. A resposta mesmo, só descobrimos graças a internet.

Segue a história:

Bom, meu caso é muito complicado pq desde sempre tive aflição só de pensar em alguma coisa penetrando em mim... desde quando não tinha namorado... desde sempre mesmo... naõ sei pq...
Mas enfim, namorei durante 5 anos, meu primeiro namorado e o primeiro que tentei ter algum tipo de relação.
Tive sim minha primeira penetração com ele mas não considero uma relação sexual pq dóeu muito e foi insuportável...
As outras vezes também foram assim.... tentei poucas vezes pq eu odiava a idéia d estar sentindo dor numa coisa que deveria ser prazerosa pra mim...=(
Ele nunca foi muito compreensivo e isso também fazia com que eu não sentisse vontade de tentar... algumas vezes tentei por insistencia dele... e assim foi...
Ele acabou sendo agressivo algumas vezes comigo por causa disso e as coisas foram piorando...
Até que um dia surtei e terminei com ele.... acabei ficando com outro cara q era um amigo meu de muitos anos... Tentei com ele tb... mas tbm não deu certo...
Acabei voltando com meu namorado...
Depois continuou na mesma... eu ja desmotivada e ele sempre qrendo q eu tivesse relações com ele.... não tinha muita vontade... fazíamos outras coisas mas sem penetração...
Depois terminei de novo e acabei ficando com outro amigo q também tentei mas não deu certo tbm.
Os dois caras q tentei além do meu namorado me trataram bem e não me obrigaram nem me pressionaram a fazer nada... mas não rolou.....também senti que para eles era só uma questão de "desafio"... desistiram muito fácil...
Comecei a ficar frustrada também pq queria tentar ter um relacionamento com outro cara mas nunca dava certo...
Parecia que os homens queriam me usar como desafio sabe.... quando chegava a contar sobre i sso...
Parece q alguns (a maioria) só querem sexo... isso me frustrou bastante e acabei ficando desesperançosa....
Acabei voltando de novo com meu ex.... que agora esta bonzinho e td mas continua me pressionando sobre o sexo...
Sinto que estou com ele pq tenho medo dos outros pq pelo q vejo... parece que é o que me resta sabe...
Não tenho perspectiva mais de ter uma familia.... e gostaria muito de ser mãe um dia...
estou num relacionamento que eu vejo que não ta bom, mas não vejo outra saída.... hj em dia parece q o que conta eh só sexo...
Ja fui ao ginecologista e não consegui deixar me examinarem... umas disseram que era puro medo... já ouvi de uma ginecologista um absurdo muito grande que no dia acabou com minha auto estima... ela disse que eu tinha que ver isso pq se eu não conseguisse, com certeza outra conseguiria... pq disse pra ela q tinha namorado...
Outro ginecologista di sse que só poderia dizer algo se me examinasse mas eu nao consigo deixar me examinarem...
Então vi algumas reportagens e sites sobre o assunto e me identifiquei com algumas coisas... por isso tenho quase certeza que tenho vaginismo...
Não sei como posso resolver isso, sinceramente... e não acho que existam outros caras que entendam o q tenho... isso me desanima...
Bom, isso é o resumo da minha história...rsrs digitei d+...rs =/